“Minha vida tem história.”
O Varal Literário resgata a história de vida dos Presidentes, Diretores e Associados das Associações de Aposentados e Pensionistas de Santa Catarina.
O Varal Literário 2018 é Organizado pela Asaprev Blumenau, a Associação de Aposentados e Pensionistas de Blumenau, e Apoiado pela Feapesc, a Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas de Santa Catarina, Associações de Aposentados e Pensionistas de Santa Catarina e Ataprevcri, a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Criciúma.
Sra. Susete Maria Santos de Novaes, Diretora de Cultura, Esportes e Lazer da Feapesc, ressalta que o Varal Literário resgatará a história de vida de aposentados e pensionistas que tem muita história para contar. As redações farão parte de um livro de coletânea de redações do Varal Literário com Apoio da Feapesc.
Evento ocorre durante o Encontro de Encerramento 2018 da Feapesc no Itá Thermas Resort e Spa, de 12 a 15 de Novembro de 2018, das 15 às 17h.
Manoel Antônio Vieira
A Ataprevcri participou do Varal Literário 2018 contanto a história de vida de Manoel Antônio Vieira, o Vieirinha, Presidente da Ataprevcri.
Manoel Antônio Vieira é ativista dos direitos dos trabalhadores e aposentados e pensionistas desde 1962, quando seu direito de trabalhar e votar foram suspensos pela ditadura militar.
Leia abaixo a redação enviada ao Varal Literário pela Ataprevcri.
Eliezer Cardoso, Assessor de Comunicação da Ataprevcri, entrevistou Vieirinha para criar um retrato de sua vida em poucas palavras.
Isabel Teodoro, Secretária Executiva da Ataprevcri e Bacharel em Economia, participou ativamente na criação da homenagem ao Presidente da Associação. Margarida Maria Vieira Martins, Advogada Conveniada a Ataprevcri e Bacharel em Direito, filha de Vieirinha, também participou da criação da redação.
Manoel Antônio Vieira
Nasci em Cricúma no ano de 1941. Filho de Antônio Jovêncio Vieira e Maria Pereira Vieira. Casado com Maria Salete Luiz Vieira e com cinco filhos.
Com 21 anos de idade fui mineiro na Carbonífera Próspera, em 1962. Em 1964 fui impedido de trabalhar pela Ditadura Militar e o Sindicato dos Mineiros de Criciúma e Região foi suspenso. No dia 1 de Abril de 1964 também fui impedido de votar. Tinha 23 anos de idade. Nesse momento decidi participar do Sindicato dos Mineiros de Criciúma e Região.
Desde então luto ativamente para que o direito de escolher nossos representantes, e representar os trabalhadores, fosse restaurado. Sempre me manifestei contra a Ditadura Militar, a favor das “Diretas Já!” e a representação dos trabalhadores por meio do sindicatos e associações.
Ao me aposentar, em 1986, ingressei na Associação dos Aposentados e Pensionistas da Região Sul Carbonífera de Santa Catarina, que representava os aposentados e pensionistas da Região Metropolitana Carbonífera do Sul de Santa Catarina.
Fui nomeado Presidente da Ataprevcri, hoje Associação dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos de Criciúma, em 1991. Juntamente com Jairo Dornelles, fundamos as associação de aposentados e pensionistas de Araranguá, Braço do Norte, Içara, Cocal do Sul, Jaguaruna, Lauro Muller, Orleans, Siderópolis, Sombrio, Tubarão e Urussanga.
Lutei ao lado de aposentados e pensionistas de todo o Brasil em manifestações que mudaram o Brasil e romperam com a Ditadura Militar. As associações de aposentados e pensionistas que fundamos foram as primeiras organizações a bloquear a Ponte Pedro Ivo Campos, em janeiro de 1991, na luta pelos 147% de aumento salarial. Foram as primeiras organizações a bloquear o tráfego na Rodovia Translitorânea no trevo de Vila Nova, no município de lçara. Foram as primeiras organizações a bloquear o tráfego na Rodovia Translitorânea para reivindicar a Constituição Nacional Brasileira. Foram as primeiras organizações a iniciar os movimentos pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.
A história da luta pelos direitos dos aposentados e pensionistas se confunde com a minha história de vida. A vida de quem luta tem significado. A minha vida teve significado.
Hoje sou Presidente da Ataprevcri, e pretendo ser lembrado pela esposa dedicada que me casei, pelos filhos que eduquei e pelas lutas que lutei. Somos jovens demais para desistir. A luta está apenas começando.