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Quem paga a crise? Por Luiz Legnãni - Presidente da AAPIO, diretor da FEAPESC

Nos últimos anos, o movimento de aposentados, pensionistas, idosos e dos trabalhadores vem passando por grandes desafios, no enfrentamento contra as reformas do governo que reduz o financiamento na saúde, na educação e na segurança pública para honrar compromissos assumidos com a ganancia de lucro do deus capital.

             O Brasil vive em recessão, sem perspectiva de crescimento, segundo economistas. A economista Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, diz que “o sistema político atual está completamente apodrecido”, referindo-se à aprovação em primeiro turno no Plenário da Câmara dos Deputados do texto base da reforma da Previdência, no último dia 10.

           Fattorelli, que já ministrou palestras imprescindíveis em congressos da COBAP a convite do presidente Warley Martins, também denuncia a compra de votos pelo governo na Câmara “receberam R$ 1 bilhão na véspera da votação da PEC 06/19. Acabaram com a solidariedade conquistada em 1988 e ignoraram inúmeros estudos sérios que mostraram que essa reforma representa danos, não somente aos mais pobres, mas a toda a economia do país, que está perdendo R$ 1 trilhão”. 

          Para ela, o governo e os parlamentares “não enxergam que a Previdência é solução”. “O problema do Brasil está no sistema da Dívida, na política monetária suicida do Banco Central, no modelo tributário injusto e regressivo”. Ainda segundo Fatorelli, “temos que nos dedicar seriamente à construção de outro modelo de organização da sociedade”.

         O desemprego aumenta no triste patamar de 13,2 milhões. Os desalentados, ou pessoas que desistiram de procurar emprego há mais de dois anos atingem ao número de 5 milhões de trabalhadores. Os subutilizados no mercado de trabalho chegaram a 28,5 milhões em abril de 2019, segundo o IBGE, que considera subutilizado todo aquele que está desempregado, que trabalha menos do que poderia ou que não procurou emprego mas estava disponível para trabalhar.

          A reforma da Previdência é perversa e excludente. A pensão por morte pode ser reduzida a 60% do benefício. O tempo de contribuição de 40 anos e com idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, para aposentadoria integral, é inalcançável para a maioria.

        Sem proteção na velhice, o avanço da pobreza é previsível. O contingente de desvalidos, desde 2014 aumentou, 7,3 milhões de miseráveis, atingindo o número de 43,5 milhões de brasileiros que viviam com menos de 5,5 dólares por dia, de acordo com o Banco Mundial. Mas parece que a real situação do povo brasileiro, não sensibiliza os dirigentes dos poderes do Brasil, um dos dez países mais desiguais do mundo segundo a ONU.

       As associações, as federações e a COBAP vêm lutando ao longo dos anos para manter e ampliar nossos direitos. Manifestações nos estados e em Brasília, participações em Audiências Públicas na Câmara e no Senado, visitas nos gabinetes, reivindicações de apoio aos interesses dos aposentados, pensionistas e idosos, também no STF, com ajuizado de ações.

 Resistir sempre. Desistir nunca!

 

Por Luiz Legnãni - Presidente da AAPIO, diretor da FEAPESC e da COBAP e membro do CNDI-Conselho Nacional dos Direitos do Idoso e do CNS –Conselho Nacional de Saúde