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Crise econômica é fabricada pelo sistema de remuneração da dívida pública

A política monetária do Banco Central é a principal causadora da crise economica do país. A afirmação é da Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fatorelli, durante a audiência Pública realizada na segunda-feira (30/09), na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal. 

Segundo ela, essa política gera um privilégio escandaloso aos bancos, uma vez que remunera diariamente a sobra de caixa dessas instituições financeiras. Nos últimos 10 anos foram transferidos R$ 1 trilhão em remuneração diária, de forma ilegal.

“O problema do país não é a falta de recursos, mas a opção de retirá-los da população para entrega-los aos bancos. Trilhões já foram destinados para alimentar o sistema da dívida”, afirmou Fatoreli. 

Esse sistema  é mantido pelos juros, amortizações, remuneração da sobra de caixa dos bancos, prejuízos com swap cambial pelo banco Central e outras operações monetárias. 
“Em dezembro de 2018, possuíamos R$ 1,27 trilhão no caixa do Tesouro Nacional, R$ 1,13 trilhão no caixa do Banco Central e R$ 1,45 trilhão em reservas internacionais. Além disso, o Brasil é a 9ª maior economia do mundo. Possui imensas riquezas e potencialidades econômicas, e cerca de R$ 4 trilhões líquidos. Dinheiro que deveria estar sendo investido no país”, concluiu Maria Lucia.

 Essa política monetária diária de trocar a sobra de caixa dos bancos por títulos da dívida pública tem provocado, ao mesmo tempo, o aumento da própria dívida pública em R$ 1,3 trilhão; o rombo nas contas públicas de R$ 1 trilhão nos últimos 10 anos e a escassez de moeda na economia. 

Consequentemente, a elevação brutal dos juros do mercado, pois os bancos preferem a remuneração diária paga pelo Banco Central a irrigar a economia com a circulação do dinheiro. 

Diante desse quadro, a reforma da Previdência representa o corte ou adiamento de direitos que deixarão de ser pagos à classe trabalhadora em valor de cerca de R$ 1 trilhão nos próximos 10 anos. Para conseguir isso vai ocorrer a desconstitucionalização de direitos da Seguridade Social, retirando diversas regras relativas aos direitos assegurados pelo Constituinte de 1988, obrigações dos trabalhadores para a manutenção dos regimes previdenciários, restrições e supressão de garantias e redução no valor das aposentadorias.

fonte:Cobap